sábado, 17 de setembro de 2011

Educação a distância: ainda há muito a aprender

Nos dias atuais pode-se afirmar, seguramente, que o conhecimento intensivo é a característica principal da sociedade vigente, pois ele é utilizado nos diferentes segmentos sociais – escola, trabalho, lazer, meio ambiente etc. Aliado a esse conhecimento estão os recursos tecnológicos que redesenharam esse cenário e trouxeram importantes contribuições como a praticidade, a agilidade e o acesso permanente à cultura, entre outras. Entretanto, essa revolução tecnológica trouxe, também, a exclusão, gerando desigualdade entre aqueles que não tinham acesso aos bens culturais, materiais e tecnológicos.
            Diante desse contexto, era esperado que as instituições de ensino, sendo um dos principais meios de acesso ao conhecimento, revissem suas atuais práticas e se adequassem ao novo modelo social vigente – o do conhecimento aliado à tecnologia da comunicação e da informação. Iniciou-se, assim, uma democratização do ensino e o acesso à educação deixou de ser privilégio de alguns para tornar-se um direito de todos.  Diante desse contexto, a educação que antes focava o ensino e que atribuía a responsabilidade da transmissão de conteúdos apenas ao professor, passa a privilegiar a aprendizagem e coloca o aluno como protagonista do saber: ele é co-responsável pelo que aprende.
            É nesse novo contexto que se insere a EAD e sua importância para a democratização do ensino é inegável, quer seja através de cursos de curta duração ou de cursos de longa duração, como a graduação ou pós-graduação. Um dos aspectos favoráveis dessa modalidade de ensino é o fato de ela ter trazido milhares de alunos às universidades, pois, antes de sua criação, muitas pessoas deixavam de cursar uma universidade porque não tinham tempo disponível para dirigirem-se aos espaços físicos onde ocorriam os cursos presenciais. Hoje a EAD proporciona que o aluno estude de onde quiser e no horário em que tiver disponibilidade, basta que ele cumpra os prazos, realize as atividades propostas e atinja as competências de aprendizagem estipuladas em cada curso.
            No entanto, há muitas críticas em torno dessa modalidade de ensino, sobretudo no que se refere à qualidade dos cursos oferecidos, pois os defensores dos cursos presenciais acreditam que o aluno da EAD aprende menos porque não há a presença constante do professor, vêem o aluno como “descompromissado” apenas porque ele não está fisicamente presente numa instituição. Esses críticos se esquecem de que também há cursos presenciais e professores que atuam nesses cursos de péssima qualidade, alunos de cursos presenciais sem disciplina alguma para os estudos e falta de fiscalização dos órgãos competentes nessas instituições.
Dentre as várias discussões relacionadas à EAD, vou discorrer sobre um assunto que mais chamou minha atenção – a qualidade na EAD. Ao acompanhar nos blogs as manchetes que tratam da qualidade na EAD, pude perceber que essa é uma preocupação constante dos órgãos competentes e que a fiscalização parece ter sido intensificada no setor. Em dos artigos que li a respeito do assunto, intitulado “A virada na formação docente”[1], questionava-se a respeito da qualidade oferecida nos cursos de licenciatura EAD, uma vez que esses profissionais seriam responsáveis pela educação básica de crianças e adolescentes. Nota-se que houve um aumento expressivo no setor de oferta desses cursos de licenciatura porque há uma carência enorme desses profissionais no mercado. Essa carência pode ser explicada pelo baixo salário e pelas péssimas condições de trabalho hoje oferecidas aos professores da Rede Pública de Ensino, ainda que políticas de melhoria estejam em andamento no setor. Penso que essa ampla oferta de cursos a distância para a formação de professores deve ser cautelosa e os órgãos responsáveis devem primar pela qualidade dos cursos e dos profissionais que se formam não apenas na modalidade EAD, mas também nos cursos presenciais. Não é porque há falta de profissionais no mercado que se deve relegar a qualidade a segundo plano. Por outro lado, há cursos presenciais de formação docente que também são de péssima qualidade, o que liberta a EAD desse estigma. Essas discussões enriqueceram meus conhecimentos, pois pude perceber que um dos motivos de a EAD ainda ser mal vista por grande parte das pessoas é a falta de reflexão sobre o fato de existirem faculdades presenciais de péssima qualidade também. Tenho a impressão de que o fato de a faculdade presencial ser visível, ou seja, existir uma estrutura de concreto denominada “faculdade” faz com que as pessoas duvidem da qualidade apenas do ensino virtual, pois não levam em conta todas as pessoas envolvidas no processo de aprendizagem da EAD – os tutores a distância, os presenciais, os elaboradores dos materiais, etc. As leituras realizadas nos blogs aliada aos textos indicados para as aulas foram de suma importância para meu aprendizado. Interagir e ver os comentários das pessoas a respeito da EAD proporcionou reflexão crítica e amadurecimento, pois havia questões sobre as quais eu não sabia me posicionar e hoje consigo contribuir com minhas reflexões.

  1. [1] Disponível em http://porsimonemedeiros.blogspot.com . <Acesso em 09/08/11>

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Um milhão de alunos a distância – MEC

O Brasil terá até o final do ano cerca de um milhão de estudantes universitários matriculados em cursos à distância. A previsão é de Hélio Chave Filho, diretor de Regulação e Supervisão da Educação à Distância do Ministério da Educação, durante debate na Universidade de São Paulo.
Segundo o representante do órgão,atualmente o país contabiliza aproximadamente 870 mil estudantes nesta modalidade de ensino.
O número total de alunos matrculados será divulgado no Censo da Educação Superior, previsto para ser apresentado ainda este ano.

Fonte: http://educacaoadistancia.blog.br/

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Aula a distância não é “fast-food”


Uma liminar da Justiça Federal proibiu a veiculação da campanha do Conselho Federal do Serviço Social que compara o ensino a distância de Serviço Social à alimentação fast-food. A liminar foi concedida pelo juiz federal Haroldo Nader, da 8ª Vara de Campinas (SP), em ação cautelar movida pela Associação Nacional dos Tutores de Ensino a Distância (Anated).

Intitulada “Educação não é fast-food – diga não à graduação a distância em Serviço Social”, a campanha começou a ser veiculada em maio. Além de 13 filmes no YouTube, foram feitos spots em rádios comunitárias e material gráfico, como adesivos e cartazes associando o ensino a distância à alimentação de baixa qualidade. Em um dos filmes, por exemplo, um atendente recebe uma moça em uma lanchonete para oferecer um “combo” educacional.

No site do CFESS estão descritas as motivações da campanha, como na pergunta: “Já imaginou trocar suas refeições por um lanche rápido durante quatro anos? É exatamente isso que ocorre com quem escolhe o ensino de graduação a distância em Serviço Social”. Para o magistrado, o modo como estudantes e tutores são tratados é “pejorativo”. O descumprimento pode levar a uma multa diária de R$ 1 mil.

Fonte: http://www.educacaoadistancia.blog.br/aula-a-distancia-nao-e-“fast-food”/